sexta-feira, 12 de novembro de 2010

CRONOLOGIA – HISTÓRIA DA USINA DE CORUMBATAÍ

-         1884: a iluminação em Rio Claro é feita através de lampiões a querosene.


“Ficava estabelecida a iluminação elétrica de arco do sistema Weston, com a colocação de ‘dez ou mais focos ou lampãos, igual a duas mil vellas cada um, sobre postes de dez metros de altura, nos pontos marcados pela mesma câmara, funcionando todas as noites quando não houvesse luar, pela quantia de 730 mil réis anuais, por cada foco, recebendo pagamentos em prestações mensais...’”
(Depoimento de uma testemunha do fato.)

-         1885, 05 de dezembro: inauguração da iluminação elétrica através da construção de uma Usina Térmica no centro da cidade pela Real & Portella, mesma empresa que implantou o primeiro sistema de iluminação pública a eletricidade na América do Sul, na cidade de Campos (RJ). A Usina localizava-se na Avenida 4, esquina com a Rua 7.
-         1886: transferência dos direitos de iluminação pública e particular à empresa Cia de Luz Elétrica Rio-clarense, cujo gerente é Júlio Stern. A energia ainda é produzida através da Usina Térmica.
-         1893: início da construção da Usina Hidrelétrica do Corumbataí pela Companhia Mechanica Industrial Rio-clarense, após compra de um alqueire de terras da fazenda Salto Grande do Corumbataí. A construção da hidrelétrica e da casa de máquinas foi até 1985.
-         1895, 15 de novembro: inauguração da luz elétrica produzida pela Usina Hidrelétrica do Corumbataí. Problemas técnicos ocorridos no dia seguinte adiam o início da produção de energia. Até a sua reinauguração a energia é fornecida através da Usina Térmica do centro da cidade.
-         1899, dezembro: concessão dos direitos de exploração da eletricidade para o Grupo de Theodor Wille & Cia, este funda a Central Elétrica Rio Claro, que tem como gerente Egon von Frankenberg.
-         1900, 2 de junho: após reforma, a Usina é reinaugurada, reiniciando a produção de energia.

“Hoje trabalhamos duramente na Usina. Tivemos que mandar tirar a terra no lado direito do canal, à direita da ponte, para durante a semana termos lugar para o trabalho preparatório do muro. O pessoal trabalhou espantosamente! Foi quase uma tortura! Mas por isso também lhes mandei dizer que hoje ganhariam um dia e meio! Em parte estavam com água até a altura da barriga! A terra foi escavada e jogada no canal com água; mas como havia muitas pedras, a água sozinha não conseguia levar tudo e foi preciso ajudar com os pés e enxadas! Digo a você que apesar de o pessoal estar na água, o suor lhes escorria da fronte. Foi terrível! Mas conseguimos terminar. Caso contrário teríamos por assim dizer perdido toda a semana! Você é capaz de imaginar isso?”
(Trecho da carta de Egon von Frankenberg, gerente da Usina do Corumbataí, à esposa, 26 de setembro de 1901. Traduzido do alemão.)

-         1910: a Hidrelétrica mostrou-se insuficiente diante do aumento da demanda, principalmente nos meses de estiagem e em longos períodos de seca. Para suprir o problema foram instaladas Usinas Térmicas para funcionarem em conjunto, a primeira foi uma Termelétrica a diesel, que foi desativada após a ampliação da Hidrelétrica em 1925.
-         1912: a Central Elétrica Rio Claro é comprada por Eloy Chaves, advogado e empresário pioneiro do setor elétrico, que a transforma em empresa de capital aberto – a SA Central Elétrica Rio Claro ou SACERC. Também neste ano, é construído um túnel que desvia as águas do Ribeirão Claro para o reservatório principal no Rio Corumbataí.
-         1925: reforma da Usina, a barragem principal é dotada de dez comportas e as casa de máquinas recebe mais um conjunto gerador e turbina.
-         1930: é instalada uma Termelétrica a vapor, alimentada com lenha de eucalipto, contando com dois grupos geradores e as respectivas caldeiras. O combustível provinha das plantações de eucaliptos, ainda hoje presentes na área da Usina do Corumbataí. Foi desativada em 1938 devido à construção de outra hidrelétrica da SACERC – a Usina do Lobo, em Itirapina.
-         1950: segunda Termelétrica a diesel, necessária por causa da crise de energia, mas que funcionou precariamente por breve período.
-         1965: devido a problemas financeiros, a SACERC é vendida à Companhia Hidrelétrica do Rio Pardo – CHERP, controlada pelo governo do Estado.
-         1966: criação da empresa estatal Centrais Elétricas de São Paulo – CESP, que absorve a CHERP. A Usina do Corumbataí passa a fazer parte de seu patrimônio.
-         1970, 15 de janeiro: desativação da Usina em decorrência de uma enchente.

“Em 15 de janeiro de 1970 houve uma enchente que desativou definitivamente a Usina. Naquele dia choveu e abriram-se todas as comportas para dar vazão de água. Mas o rio foi subindo e acabou passando por cima da barragem. Com grande volume de água a ponte do Corumbataí levantou e rodou. Pouco depois arrebentou a barragem e as águas invadiram as maquinas que ficaram inutilizadas.”
(Depoimento de uma testemunha do fato.)

-         1977: criação do Núcleo Experimental Corumbataí, onde são realizadas atividades sobre fontes alternativas de energia, como metanol e hidrogênio.
-         1978/1979: restauração da Usina, incluindo sua estrutura hidráulica, equipamentos eletromecânicos e arquitetura dos edifícios.
-         1982: tombamento oficial pelo Congresso de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo – CONDEPHAAT.
-         1999: a Companhia de Geração de Energia Elétrica Tietê, empresa originada da cisão da CESP, doa a Usina do Corumbataí à Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo.
-         2000: início das atividades do Museu da Energia Usina-Parque do Corumbataí.
-         2001: estudos para projeto de construção da Casa Energética – espaço para pesquisas sobre energias alternativas.

Por: Amanda e Carla

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Como se Produz Energia Elétrica

Numa usina hidrelétrica, a máquina responsável pela produção de energia elétrica se chama gerador. Trata-se de uma máquina rotativa composta de um estator, onde estão localizadas as bobinas de fio e de um rotor elétrico, que vem a ser o núcleo de ferro das experiências que descobriram a energia elétrica.
Na experiência de laboratório, a bobina é girada, enquanto o núcleo está parado. Na prática, é mais fácil girar o rotor e manter o estator (bobinas) parado que o inverso. O campo magnético é fornecido por um ímã ou uma excitatriz que polarizará este rotor.
Mas o que fará girar este rotor? Dependendo de outra característica do gerador (i.e. quantos dipolos têm), o gerador terá que girar o suficiente para produzir uma tensão elétrica com freqüência de 60 ciclos ou Hertz, que é a freqüência adotada em todo o sistema elétrico brasileiro. Alguns países, como Inglaterra e Japão, operam em 50 Hertz.
Quanto mais dipolos menos giros por segundo para se obter 60 Hertz. Assim, se um gerador tem 4 dipolos, precisará girar a 900 rotações por segundo para criar uma tensão de 60 Hertz, 1.800 rotações por minuto se tiver dois dipolos.
F= pn/60
onde F é o valor da freqüência obtida quando o produto do número de dipolos (p) e rotação (n) é dividido pelo tempo de 60 segundos.
O que produzirá esta rotação no eixo do gerador?
Acoplado ao eixo do gerador está uma turbina, que é uma máquina projetada para suportar uma pressão mecânica e produzir um efeito cinético.
Até aqui, uma usina hidráulica e térmica e mesmo nuclear, não tem diferença.
A diferença começa a aparecer quando determinamos que fluido irá mover a turbina e como obteremos este fluido nas condições necessárias a manter o conjunto turbina-gerador, ou turbogerador, na velocidade específica que produzirá energia elétrica numa base confiável e constante e que atenda as necessidades dos consumidores que estão ligados a este sistema elétrico.


Esquema de funcionamento de dois tipos de turbinas para hidrelétricas


Alunos : Chayane Vasconcellos e Felipe Basso

Usinas Geradoras

Desde o fim do século 19, a energia é produzida comercialmente através de usinas hidrelétricas, termelétricas convencionais e termelétricas nucleares (já no fim dos anos 50), também chamadas de nuclelétricas. Existem, também, usinas que se aproveitam da força das marés, dos ventos e da energia solar.
Um sistema equilibrado de geração é aquele que dispõe de opções hidrelétricas e termelétricas. Como assim?
-Hidrelétricas dependem de nível de acúmulo de água em seus reservatórios, que por sua vez, depende de uma conjunção de fatores metereológicos e ambientais. Quando há irregularidade na precipitação pluviométrica, os níveis baixam e consequentemente a capacidade geradora de uma usina hidrelétrica fica comprometida.
Para compensar estes períodos sazonais, lança-se mão da opção termelétrica, que independe das condições acima.
O investimento inicial para construção de uma unidade hidráulica é muito superior ao de uma unidade térmica. Normalmente, desapropriam-se terras, pagando-se indenizações e faz-se assentamento da população que é removida das áreas que sofrerão alagamento, além de produzir um grande impacto na fauna, flora e clima.
O tempo de construção de uma hidrelétrica é muito maior que o tempo de montagem de uma termelétrica convencional.
Uma unidade térmica, comparativamente, é mais barata, no entanto os seus custos de manutenção ao longo de sua vida operacional excedem aqueles que serão aplicados numa unidade hidráulica. Além disto, uma unidade térmica terá que controlar os níveis de poluentes resultante da combustão de óleo ou carvão.
Neste aspecto, unidades a gás são menos agressivas ao meio ambiente por não produzirem resíduos de combustão e economicamente atraentes por ser o gás mais barato que o óleo e o carvão.
Desde que o gás, não seja aquele do Gasoduto Bolívia-Brasil que tem cotação de preço em dólar, e que no ano de 1999, com a desvalorização cambial, tornou-se uma opção cara para aplicação na geração elétrica.

Alunos : Chayane Vasconcellos e Felipe Basso

Geração de Energia Elétrica

O princípio básico que se desenvolve num gerador elétrico é o seguinte: uma bobina de fio girando, submetida a um campo magnético e com um núcleo de ferro no seu interior ou vice-versa, fará induzir na bobina e aparecer nas suas extremidades uma carga de elétrons.
Como a utilização deste fenômeno eletromagnético foi se popularizando, inicialmente para iluminação pública e depois em substituição às máquinas térmicas, houve necessidade de se construir bobinas de fio e núcleos de ferro mais elaborados para o fornecimento de energia a um sem número de consumidores com suas finalidades específicas.
O primeiro aparelho que se beneficiou do uso da eletricidade foi o rádio.

Alunos : Chayane Vasconcellos e Felipe Basso

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Museu de Energia Usina-Parque do Corumbataí


"O Museu da Energia Usina-Parque do Corumbataí está localizado no município de Rio Claro, a 190 km da capital paulista. Neste espaço, recebemos visitas de escolas e do público em geral e desenvolvemos diversas ações educativas aproveitando os recursos naturais, culturais, históricos e de infra-estrutura do local. Uma das atrações é a pequena central hidrelétrica do século XIX, desativada desde a década de 1970, que passou a gerar energia novamente em outubro de 2008.

Este museu é um centro regional de referência na pesquisa, preservação e divulgação do patrimônio histórico do setor energético, que valoriza a cidadania e o uso responsável dos recursos naturais, em prol do bem estar presente e futuro da comunidade da região.

Nesta unidade da Fundação Energia e Saneamento os visitantes têm acesso a diversos roteiros e a oficinas pedagógicas que envolvem a educação ambiental e o ensino de ciências. Essas atividades são criadas pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre História Energia e Meio Ambiente."

Nós fomos e em em breve estaremos postando sobre a visita e sobre o Museu da Energia Usina-Parque do Corumbataí aqui no blog